domingo, 16 de julho de 2006

A vila depois de ti...



Foste-te embora e levaste contigo muito mais do que eu possa enumerar.

A coisa mais visível é o brilho no meu olhar que só era possível contigo.
Aquela felicidade que se espalha se estende a quem passa, que parece que não cabe em nós…
Isso foi embora, foi embora contigo…


Das coisas que mais me pesam:
A vila...
Aquela vila, a vila que nos viu crescer, que nos sentiu a correr nas suas ruas enquanto pequenos, que viu a nossa cumplicidade crescer sem saber o que iríamos viver a seguir.
A vila que nos viu apaixonarmo-nos, envolvermo-nos, tornar-nos um do outro…
A vila que foi palco de tantos beijos, de tantas brincadeiras, de tantos toques e de tantos olhares.
A vila que foi por mim proclamada de céu, onde os portões da felicidade se abriam para mim…
Essas ruas, esse castelo, essa vila hoje não tem a mesma cor.
E eu não posso passar por nenhuma dessas ruas, nenhum desses recantos sem sentir saudade, sem me lembrar de ti.

A felicidade cheira a ti, e essas ruas foram o palco dela.
Todas elas te contêm…
Afinal, foste tu que me ensinaste a percorre-las, foste tu quem me as apresentou.
E eu queria poder voltar a essas ruas com o mesmo olhar e o mesmo sorriso.
Era o que eu queria.

Contudo, amo essa vila, esse castelo, essas ruas.
Passo por elas com saudade, passo com elas com sentimento.
Procuro as pedras edificadas lá no cimo para me esconder, para me encontrar a mim.
E sim lembro-me de ti…


Vives aqui dentro!
Como podia não lembrar?

3 comentários:

Filipa Teixeira disse...

"não pertences ao sitio onde nasceste mas sim ao lugar onde foste mais feliz"...

Inês...
O que é a vida se não mais do que a busca insessante de pequenos momentos de felicidade!?

Foste feliz ali...
Ali onde tantos somos felizes...
cConsigo sentir a vila...
Tento descrever...
É impossivel... Mas tento...
O cheiro a lenha queimada no inverno.
A chuva gélida que nos faz desejar a neve.
E o parque... os sonhos que já foram embalados naqueles baliços!
O sol, que ali é mais brilhante quando a primavera chega...
As pessoas... que se abrem para ti como borboletas. As pessoas que procuram umas nas outras o casulo...
E o calor... o calor que no verão te envolve. Um calor seco e forte como não existe em mais lado nenhum.
O castelo...onde te sentas. Onde sentes que universo pode ser teu!
E quando as folhas começam a cair, volta o frio. A vila fica deserta...
Era assim que eu costumava gostar dela...
E passam meses, estações, anos... e aquela vila... A nossa vila, mantém-se... Tudo é seguro e verdade ali!

Tudo o que ali viveste ficou registado... a terra enraizou, as pedras invejaram, o sol iluminou e o vento não deixa esquecer.
Tudo o que ali viveste não te pertence só a ti. Agora pertence à natureza também.
Aquela vila guarda histórias...
Queria ter um pouco da magia daquele sitio... Se a tivesse nês, neste momento estancaria a tua dor, a tua saudade e o teu vazio!
A vila que ainda vai ver muitos sorrisos colgate (ok, foi um momento pa descontrair, isto já estava a ficar demasiado emotivo)...
A vila é linda... mas o que a torna bela são as lembranças que trazes contigo! Os olhos com que a vês... Aprende a viver com essas lembranças e verás como a vila se pode tornar ainda mais bela!

E pronto tou aqui eu, uma pessoa muito mais velha e vivida a dar palpites...

Não penses que a vila te perntence... Tu é que pertences á vila!

Beijitos miúda
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Filipa Teixeira disse...

erros ortográficos
(pipa assobia e olha pró lado)

T. disse...

"A felicidade cheira a ti"

lindo, mágico! magnifico post!

=D