domingo, 16 de julho de 2006

A vila depois de ti...



Foste-te embora e levaste contigo muito mais do que eu possa enumerar.

A coisa mais visível é o brilho no meu olhar que só era possível contigo.
Aquela felicidade que se espalha se estende a quem passa, que parece que não cabe em nós…
Isso foi embora, foi embora contigo…


Das coisas que mais me pesam:
A vila...
Aquela vila, a vila que nos viu crescer, que nos sentiu a correr nas suas ruas enquanto pequenos, que viu a nossa cumplicidade crescer sem saber o que iríamos viver a seguir.
A vila que nos viu apaixonarmo-nos, envolvermo-nos, tornar-nos um do outro…
A vila que foi palco de tantos beijos, de tantas brincadeiras, de tantos toques e de tantos olhares.
A vila que foi por mim proclamada de céu, onde os portões da felicidade se abriam para mim…
Essas ruas, esse castelo, essa vila hoje não tem a mesma cor.
E eu não posso passar por nenhuma dessas ruas, nenhum desses recantos sem sentir saudade, sem me lembrar de ti.

A felicidade cheira a ti, e essas ruas foram o palco dela.
Todas elas te contêm…
Afinal, foste tu que me ensinaste a percorre-las, foste tu quem me as apresentou.
E eu queria poder voltar a essas ruas com o mesmo olhar e o mesmo sorriso.
Era o que eu queria.

Contudo, amo essa vila, esse castelo, essas ruas.
Passo por elas com saudade, passo com elas com sentimento.
Procuro as pedras edificadas lá no cimo para me esconder, para me encontrar a mim.
E sim lembro-me de ti…


Vives aqui dentro!
Como podia não lembrar?

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Afinal o amor descrito na literatura existe...



Escrevo estas palavras enquanto estamos separados.
Talvez um dia venhas a lê-las…
Estamos separados é verdade e contudo tu estás aqui, continuas enraizado no meu coração.
E sabes que mais?
Acho que ficarás para sempre.
Disse-te um dia: “Depois de ti mais nenhum homem me irá fazer assim feliz…”.
Hoje com o que se passou sinto mais ainda que és o homem, o amor da minha vida. Amo-te completamente dos pés à cabeça, sem limites.
Amo cada pedacinho teu, cada defeito, cada virtude, cada sorriso e cada olhar…
Com o que se passou percebo, ainda te consegui tirar alguma liberdade, ainda consegui pressionar-te de alguma forma e ainda consegui faltar-te com compreensão…
Perdoa-me que não sou perfeita.

Este tempo serviu para eu sentir o amor, o puro amor sem apego.

Amor eu não preciso de ti!
Eu amo-te!!!

Tenho saudades do teu ser…
Das vezes que me irritavas mas mesmo assim conseguíamos rir a seguir!

Consigo ver a minha presença à tua volta.
Na noite não te dou descanso…
Anseias por mim, desejas-me…
Desejas ardentemente os meus lábios nos teus, agarrar-me com força e manteres-me presa para sentires que sou tua, e para eu sentir que não posso ser de mais ninguém…
Agarras-me o pescoço, e eu não posso, não quero mais sair dali…
Encostas-me contra a parede, o meu pescoço é teu, o meu coração bate forte…
Tomas-me por completo…

No momento a seguir já não me tens!
Eu olho-te nos olhos, com o olhar que te provoca…
Sussurro-te no ouvido, és meu…
Posso ter-te quando quiser…
Fico ali, a ver-te desejar-me, a não controlares o desejo, a ansiares-me…

E tu sabes…
Eu tenho poder sobre ti…
Não o uso porque não quero!

Relembro o momento em que atravesso a porta do café…
Em que tu agarras o meu pescoço só com uma mão, com a outra me encostas à parede. Dizes como quem está zangado: “Porque é que hoje não dormiste em casa?”.
Não me deixas explicar…
Beijas-me…
Mais uma vez, a terra dissipa-se, os sons tornam-se longínquos, as pessoas desaparecem, ficamos só nós…

Eu e tu, presos, entre o céu e a terra.

Nunca me vou esquecer destes momentos…

O desejo, a paixão, o amor, tal e qual como é escrito nos livros!